quarta-feira, 22 de abril de 2009

Contra a crise, diversão!

quarta-feira, 22 de abril de 2009


Como um monstro horrendo, a crise econômica mundial chegou representando todos os males do mundo. A quebradeira financeira já ferrou com os bancos, com multinacionais, com os BRICs antes inatingíveis e com vários aspectos da vida cotidiana. A quantidade de desempregados está crescendo, o dinheiro é escasso e os projetos culturais e de patrocínio vão por água abaixo. A TIM, por exemplo, resolveu acabar com o TIM Festival, e o Skol Beats não rolou em abril, como todos os anos.
Os hormônios instáveis dessa crise elevam o dólar para cima e para baixo, e mesmo não sentindo a crise tão forte aqui no Brasil, ela está no meio de nós.
Mas será que as pessoas deixaram de sair à noite? Será que estão consumidos menos? E os produtores de festas de música eletrônica estão conseguindo trazer DJs internacionais para as festas? Para tentar descobrir algumas dessas respostas e saber mais da relação entre a crise e a noite, conversamos com alguns proprietários de boates e produtores de raves. E se a realidade, de fato, assusta, uma constatação repetida soa obvia e otimista: no auge da crise, as pessoas acabam saindo mais.
“Para mim a crise não trouxe dificuldade alguma”, afirma o DJ e produtor de festas de música eletrônica Marcelo Frazão, o Marcelera. “O aumento do preço do dólar foi quase insignificante e os próprios DJs se viram obrigados a baixar o valor do cachê para poder tocar”.
Ele, que é um dos idealizadores e o único a frente do Tierra Progresiva, festa private que acontece no próximo dia 25, com a presença do DJ Octavio Forza, do México, diz que a proibição de festas eletrônicas em algumas capitais da região sul-sudeste do país fez com que os DJs internacionais procurassem tocar em cidades do interior e outras capitais longe do centro-sul.
O principal problema que a crise trouxe, segundo Marcelera, foi a dificuldade em conseguir apoio e patrocínio de grandes empresas para as festas. “As empresas não estão querendo apoiar festas e, quando apóiam, cobram um retorno imediato. Por isso, criatividade, flexibilidade e busca de parcerias também são muito úteis em tempos difíceis”, diz.

Crise aqui, não!
Quem sai pela noite de Belém pode se perguntar: que crise? O tradicional bairro do Reduto, um dos principais pontos da boemia paraense, faz justiça à fama botequeira e resiste bravamente - à base de muito chope e cerveja – a qualquer tentativa de processo recessivo. Desde o início do ano, o bairro ganhou novos bares e uma boate. “Sem crise, com crise, todo mundo come e bebe, não tem jeito”, diz Marcus Vinicius, gerente do Malícia Pub.
Tanto é que a casa inaugurou este mês uma choperia, anexo à boate. Se o investimento assusta em tempos de crise? A resposta é não. “Nem chuva deixa as pessoas em casa. Com ou sem crise o pessoal vem mesmo”, garante.
Fora da região do Reduto, a boate The Box – que sempre tem DJs nacionais como atração – também não viu a crise chegar. “Até agora a crise não me tirou um cliente”, afirma o gerente da boate, Marcelo Pinto. “Não foi necessária nenhuma mudança brusca, aumento de ingresso, nenhuma demissão, nada disso. As pessoas continuam sempre em busca de entretenimento”, diz.
Segundo ele, em tempos de vacas magras, alugar DVD e comer pizza em casa, no sábado a noite, são as opções de quem quer economizar. “As pessoas tendem a se esconder em tempos econômicos difíceis, e toda a indústria do entretenimento acaba sofrendo o golpe. Porém, ainda não sentimos isso. O que percebemos é que as pessoas querem mais é festejar e curtir”.

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