Os samples de White Stripes, Justice, Eurythmics e até Yes podem confundir os desavisados na pista da NYC hoje (08.01), onde o DJ Sany Pitbull toca na primeira Meachuta do ano. Mas a batida do pancadão e as interferências que ele faz com seu MPC (um sampler eletrônico) esclarecem: é um set de funk carioca, pontuado por referências estrangeiras ao gênero.
Sem a companhia nem os refrãos de MCs, recorrendo a ousadas colagens sonoras, dialogando com gêneros como o rock e o pop, Sany vem há algum tempo alargando os limites do funk carioca, criando uma nova vertente para o gênero, batizada como pós-baile funk.
Sucesso na Europa, o DJ já tocou na pista da Fabric (importante clube londrino, que lança compilações mixadas por DJs como o chileno Ricardo Villalobos e a alemã Ellen Allien) e ainda passou pela França, Suíça, Holanda, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Estônia.
Talvez no mundo da dance music tradicional, que privilegia sempre o novo, esse monte de hits sampleados não cairia bem.
Mas no funk carioca (ou no pós-baile funk) ninguém se preocupa com novidades - o que importa é fazer o povo dançar. E "fazer o povo dançar" não significa só tocar o que o povo quer - o que DJs como Sany Pitbull faz é tocar o que o povo quer de uma maneira que o povo não espera.
Talvez desagrade aos puristas... Mas e daí?
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