No ritmo de Juliana

Se tem uma coisa na MPB que eu acho chata são as chamadas novas cantoras. Não que sejam ruins, pelo contrário, todas cantam muito bem, têm uma bela voz etc., mas é aquela velha história: suas canções ficam tão bem nelas quanto ficariam em Elis, Gal, Clara..São todas muito sérias, muito iguais (com apenas algumas poucas variações), muito interessadas em entrar para o cânone da MPB. Não vejo ali nenhuma “juventude”.
Mas não é o caso de Juliana Sinimbú. Duas coisas nela chamam a atenção logo de cara: a voz doce, meio sussurrada, sem malabarismos; e o senso de humor, visto principalmente em músicas como “Tinhosa”, faixa do primeiro CD de carreira da cantora paraense que tem pré-lançamento hoje (17.03), durante o lançamento do site Ecleteca Cultural. A dupla comemoração, que conta ainda com o refino musical do Trio Andaluz - de Paulinho Assunção, Luiz Pardal e Jacinto Kawage - acontece no hall do Metropolitan Tower, só para convidados. Mas relaxem que o evento será transmitido ao vivo via streaming para até mil expectadores simultâneos, pelo site da Ecleteca (www.ecleteca.com.br).
O álbum de Sinimbú – que ainda não tem nome – navega pelas águas de ritmos brasileiros como a guitarrada e o zouk, que se irmanam ao samba, choro, salsa e maracatu. Em outras músicas como “Nuvem”, “Flor da idade” e “Corpo Inteiro”, os arranjos são climáticos e elegantes. Aos 23 anos, o Brasil ganha uma cantora que tenta fazer algo diferente, acessível e, principalmente, jovem.