Twitter na balada

Quando a banda paulista Dead Rocks tomou o palco da Cervejaria Carverna, no início de outubro, na plateia tinha início também um outro tipo de show. O astro, no caso, era o estudante de publicidade Leandro Reis. Com seu iPhone na mão e conectado à internet, ele fazia a noite acontecer no Twitter, em tempo real. Desde o início do show, ele ia postando algumas impressões em sua página no microblog que virou febre no mundo todo.
Seus 274 seguidores acompanhavam tudo lendo os registros a partir do computador ou do celular. Através do Twitter, muita gente pode decidir a programação da noite ou do fim de semana.
Segundo os “tuiteiros” o “tweet” na balada tem ao menos duas vantagens: alcançar o maior número possível de usuários e não incomodar ninguém com um telefonema ou um torpedo no meio da noite.
Além de escrever, os “tuiteiros” publicam fotos diretamente dos bares e casas noturnas. Fica registrado em imagem o que está rolando de melhor por onde passam. E, claro, o de pior.
Foi o que aconteceu com a estudante Bruna Lima que estava prestes a ir a White Party, que rolou em junho, no Cidade Folia. Minutos antes de sair de casa com as amigas, acabou caindo por acidente no Twitter de um amigo de segundo grau - aquele amigo do amigo. “Eram umas onze horas e ele já estava lá contando que tava meio chato, que o público não era legal...”, conta. Foi a deixa para que a balada prevista tomasse outro rumo. “Acabamos indo pra um barzinho e uma boate gay e a noite foi bem mais divertida”, ferve.
Mas por que tanta sintonia entre o telefone móvel e a rede social? A explicação está na própria origem do site, lançado em 2006. O limite de 140 caracteres digitados em cada "tweet" foi estabelecido tendo em mente o do torpedo de celular -160 caracteres. Assim, os usuários da rede social podem enviar mensagens do celular - mesmo a partir daqueles que não têm acesso à internet.
“O Twitter é a evolução do torpedo”, diz Leandro. Com internet no celular, há troca de informações. “Dá para saber como está tal lugar e até mesmo avisar se está tendo alguma blitz”.