domingo, 4 de outubro de 2009

Preparem-se: DJ Seninha está de volta

domingo, 4 de outubro de 2009


O nome do DJ Seninha nos line ups sempre foi motivo certo para atrair o público e lotar a pista nas raves e festas de e-music da cidade. Após um tempo ausente, ele retorna para matar a saudade do público na próxima edição do Cachorro Doido, que rola na sexta, 9, no Parque dos Igarapés.
Com mais de 15 anos comandando as pick ups, Seninha é considerado um dos melhores DJs de psy de Belém. Seus sets são explosivos e carregados de personalidade, fazendo sempre a pista ir a baixo.
Ele é antigo membro/fundador do núcleo GAP (Goa Amazon Project) que impulsionou a cultura psicodélica em Belém e já tocou ao lado de grandes nomes nacionais e mundiais como Eskimo, Burn in Noise e o The First Stone.
Nessa conversa, ele conta o que andou fazendo durante esse tempo sumido, dos novos projetos e do que prepara para o Cachorro Doido.

E ai Seninha, por onde andavas? O que andavas fazendo?
Fale, beleza? =] Passei um tempo sem tocar, sim. Primeiro porque tenho um estúdio de produção de áudio publicitário com mais dois sócios, o Studio Nova, onde fazemos comerciais para rádio, trilha sonora de VT’s para TV, documentários, animações, etc. Esse trabalho me exigiu um pouco mais de atenção. Segundo porque, depois de tocar por muito tempo, como no meu caso, existem algumas sextas e sábados que eu quero simplesmente sair pra me divertir, sem horário pra chegar ou sair,ou mesmo reunir na casa de amigos pra um programa mais light. Mas abandonar a música jamais. Nesse tempo montei um projeto solo de electro chamado Earthquake Pill produzindo algumas faixas, inclusive um remix de uma musica do Henry lançada pela Intelecto Records. Atualmente estou com outro projeto (sem nome ainda) em parceria com o DJ Rogério Lima. As faixas estão bem legais e em breve sai o live de electro-proghouse.

Já ouvi muita gente comemorando teu retorno às pistas nesse Cachorro Doido. O que estás armando pra essa festa, que sempre tem um grande público, uma vibe incrível? Vai ter novidades, os clássicos, ..?
O Cachorro Doido realmente já é uma festa tradicional. Por isso, quando conversei com os produtores a ideia inicial era um set de clássicos do psy. Até porque as novidades já vão estar muito bem representadas pelo Rica Amaral, Feio e nossos DJs locais. Mas como nunca vou com o set pronto (levo as músicas que tenho a intenção de tocar, mas tudo pode mudar na hora, dependendo do clima) e andei conhecendo musicas novas realmente boas, podemos dizer que será uma mistura legal. Posso adiantar que estou empolgado porque a festa tem tudo pra ser histórica.

Teu nome no line-up sempre foi motivo para atrair público às festas. A responsa de ser um dos mais aguardados e preferidos é maior?
Particularmente não. Talvez porque eu nunca tenha visto a responsabilidade dessa forma. Quando penso no line up da festa é como se fosse um bem comum, coletivo. Apesar de alguns DJs terem, pelo menos na cabeça, uma certa competição na hora de tocar (“eu vou tocar melhor que todos, hoje eu vou ser melhor que fulano”) eu acho que a missão de todos os DJs do line é fazer uma grande noite pra dar diversão a quem foi atrás, quem está na pista. E eu fico apenas ansioso pra dar a minha contribuição pra que isso aconteça.

Me conta da tua trajetória como DJ. Quando e como começastes a tocar?
A minha geração não tinha internet. Então, qualquer info sobre música vinha de revistas e principalmente das rádios FM. Comecei escutando bastante rádio com programas mixados. Em 1992 eu resolvi aprender a mixar, fazer a mágica de misturar duas músicas. Tudo com vinil. Nesse mesmo ano entrei numa boate chamada Censura Livre e vi o Halden Boy – que sempre foi um dos meus DJs ídolos da rádio – tocando. Ele colocava uma e o pessoal gritava. Então pensei: “Ah! É assim é? Quero fazer isso”. Em menos de um ano, mas já em 93, os residentes migraram pra outra boate e o dono me chamou pra tocar lá. Foi quando aprendi muita coisa, conheci e toquei com todos os DJs que ouvia na rádio. Um sonho realizado. Às vezes, nem acredito que já se passaram 16 anos.

E porque o psy trance? O que ele despertou em você?
O psy é uma vertente do Trance. A minha educação musical vem das músicas dos Pet Shop Boys, Depeche Mode, New Order que, muito tempo depois fui fazer a ligação, tem como base uma linha melódica bem parecida com o que viria a ser o trance ou eurotrance. Além da qualidade sonora tem também o conceito todo de festa open air que deram ao psy uma semelhança muito grande com o movimento hippie paz & amor de Woodstock que eu curto muito.



O psy e suas vertentes são os estilos preferidos de muitos meninos que estão começando. Eles costumam te pedir dicas, orientações? O que tu costumas falar?
Sempre procuro ajudar e passar toda e qualquer tipo de informação a quem quer que seja, principalmente no que diz respeito à produção musical. Tocar é ótimo e produzir suas próprias músicas melhor ainda. Tento passar que não pode haver preconceito musical de forma alguma. Preconceito é limitação e se quiser fazer e participar de coisas novas tem que ouvir de tudo. Você pode me encontrar em casa ou no carro ouvindo Mozart, Nirvana, Jazz, Jorge Bem, Mettalica e até Erasmo Carlos. Sério! “Mesmo Que Seja Eu” tem um bass line totalmente disco, hehehe.

E quais os DJs novatos tu destacas na cena paraense? E das antigas? Quem tu gostas de ver tocar?
Dos que já vi tocando tem o Lincoln, o Tinick, os irmãos Herek & Derek , o JR, o Marcos Holanda e Iacy,todos com um set excelente. Das antigas curto ouvir o Halden, Henry, Rogério Lima, Felipe Proença, Ivan Davis, Giovani Bittencourt e Benjamim Ferreira (pena que ele mora em SP agora). Todos são bons de alguma forma e fazem a pista feliz.

Recentemente a gente fez uma matéria aqui no blog sobre os cinco anos do site e-nation e falou um pouco da mudança da cena rave de Belém. Pra ti, o que mudou nesses cinco anos?
O e-nation é responsável por fomentar a cena aqui há um bom tempo. O pessoal que assumiu agora deu uma cara nova e dinâmica ao site e isso é muito bom. A coisa mudou sim, mas o que aconteceu aqui não é diferente do que aconteceu em outros lugares. Um pouco antes do e-nation já rolavam umas festinhas. Então, fazendo as contas, a cena eletrônica daqui tem uns seis ou sete anos. Se for comparar com outras “ondas” é o tempo que dura. Vide a Disco Music nos anos 70. A coisa começou, virou sucesso, atraiu muita gente que não conhecia, uns ficaram, outros foram, tivemos festas clássicas, outras mal organizadas, tivemos a oportunidade de ver aqui ao vivo grandes nomes não só do psy, mas da música eletrônica nacional e mundial, como o Fat Boy Slim, por exemplo. Então, é perfeitamente natural que todo o boom tenha diminuído. Não sou do tipo saudosista que fica sempre falando “ah! aquela época que era bacana”, não. Foi legal, mas ainda pode haver muita coisa boa e nova. Festas open air ainda acontecem. Em julho mesmo teve Paranormal Attack em Salinas. Temos ótimas festas de house-prog com o Bulhufas, Meachuta e a Mondo; ótimas festas de psy como a Goadelic, a Xuxa e outras. Pode ser em escala menor, mas a coisa ainda acontece.

WWW
Site: www.produtoranova.com.br
Myspace: www.myspace.com/earthquakepill
Orkut: Seninha

FOTO: LUIZ MARQUES
NA FOTO DOIS, AO LADO DO DJ HENRY NO ELETRO XMAS 2

5 comentários:

  1. frio na barriga pra essa festa...ain! =}

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  2. Além de ser mais um fã e amigo. Esse moleque ainda foi uma forte influência para que eu fizesse o que faço hj! da-lhe seninha uruhh! haha!

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