After-hours: A festa nunca termina!

Sol nascendo, boate fechando, hora de voltar pra casa? Não para quem ainda tem pilha extra para curtir os after-hours. Tudo bem que em Belém não existe NENHUMA opção de boate que tenha um after. Todos os clubes fecham assim que amanhece e quem quer encarar um segundo tempo se vira como pode.
Se você não tiver a casa de nenhum amigo onde possam continuar a festa, uma das opções para quem quer tomar “a última cerveja” é o bar 24 Horas, também chamado de Jack Bauer ou “bar sem porta”, na Pariquis com a Três de Maio. Como o nome já diz, ele funciona 24 horas e sempre recebe gente que acabara de sair de boates e shows e está disposta a esticar ainda mais sua noite. Certo de que é um dos únicos lugares a receber os baladeiros àquela hora, o bar se dá ao luxo de cobrar (pasmem) cinco reais por uma cerveja.
Outro lugar que está sempre de portas abertas para receber os incansáveis é o Bar da Tia Laura, também chamado de Peixe-Frito, Quintal, entre outras alcunhas. Na Jerônimo Pimentel, bem próximo da Doca, uma casa simples com uma portinha dá para um grande quintal com muitas mesas e, geralmente, um bregão rolando. Além dos insones, o lugar recebe muita gente que trabalha na noite (garçons, seguranças, músicos, barman...) que aproveita após um dia, ou uma noite, de trabalho para curtir. O preço da cerveja é mais em conta e ainda tem tacacá para dar aquela espertada.
Outras opções são ainda as barracas do Ver-o-Peso e da Feira do Açaí. Em meio a todo aquele turbilhão do lugar, ainda sobra um espaço para quem quer tomar a “saideira”. Uma das desvantagens é que você precisa pagar R$ 0,50 cada vez que usar o banheiro...Aproveite que você está em um ponto turístico da cidade e peça para beber uma Cerpa antes de voltar para casa.
E quem souber mais opções de lugares para curtir após as boates deixe a dica para a gente.

After-Hours: Como surgiram?
A idéia de fazer festas depois do funcionamento normal dos clubes começou em Londres, nos anos 60. Naquela época, músicos e pessoas que trabalhavam na noite se reuniam após a balada para relaxar e beber uma cerveja. Em se tratando da cultura clubber, um dos primeiros after-hours que se tem notícia é o que acontecia no loft do DJ David Mancuso, na Broadway, em Nova York. Decorado com balões de gás e elementos infantis, a casa dele funcionava praticamente como um club fechado, onde era necessário convite. As baladas por lá avançavam domingo adentro...
Nos anos 80, o Paradise Garage, também em NYC, virou lenda. Cerca de duas mil pessoas se reuniam semanalmente por lá e iam à loucura pelas mãos do DJ Larry Levan. Na última edição, a festa durou 24 horas e uma multidão desesperada gritava para a cabine, desacreditando no fim da balada.
O Sound Factory, também em Nova York, acabou herdando o público do Paradise Garage. Ali, de 1989 a 1995, o top DJ Junior Vasquez comandou as melhores noites da cidade. Na mesma época, o superclube londrino Ministry of Sound faz algo inédito em um país onde as leis são bastante severas: estabeleceu que suas portas só seriam fechadas às 10 da manhã. Isso fez com que vários bares ao redor passassem a abrir nesse horário...
Entre 1994 e 1998 o after do Hell’s, em São Paulo, reinou absoluto na noite. A novidade virou notícia em jornais e até mesmo matéria no Fantástico. Os flyers do Hell´s já avisavam: “Don´t forget your sunglasses”.