Já Foi!

Mais de dez anos depois das raves de psytrance começarem a chamar a atenção por atrair grandes públicos, o psy, como é popularmente conhecido, se mantém como o estilo mais popular de música eletrônica no Brasil. No último final de semana das férias, em Salinas, não foi diferente. As principais atrações seriam as apresentações de dois dos mais populares nomes do gênero: Rica Amaral e Paranormal Attack, na festa Neverland, que atraiu bastante gente. Mas o que mudou nas festas de trance após todos esses anos? Aparentemente, muito pouco. O público cresceu, mas se mantém estável há algum tempo.
E a música? Fãs e detratores podem ficar tranquilos: o psy ainda é o mesmo. O estilo continua épico e bombástico como sempre, com músicas longas que parecem estar sempre perto do auge, fazendo a alegria dos fritos e se estendendo pela manhã do dia seguinte.
Para Rica Amaral, veterano DJ da cena e um dos criadores da XXXPerience, uma das mais antigas e populares raves brasileiras, o que realmente importa é o clima e o ambiente das festas, e não a preocupação de inovar. “Não é nisso que eu acredito. Não é a quantidade, é a qualidade, o que você transmite com a música que toca”, afirma.
Em relação a novas tendências dentro da música eletrônica, Rica diz que não pára de ter vertente nova, mas no fim acha isso uma porcaria. “Isso divide a força. Pra mim não é positivo, é jogo de ego”. Mas não parece natural que estilos novos surjam com o tempo? “Isso é natural, tudo é evolução. Mas, mesmo assim, rola aquela coisa xiita, vira aquela guerrinha interna. Eu não acho muito positivo”, diz.
Ele diz que atualmente no psy há uma mistura de elementos de electro e eurotrance. Mas ainda assim parece pouco para afirmar que existe de fato algo novo acontecendo nas raves brasileiras e no psy mais especificamente. O grande público parece não se importar, mas, para quem curte novidades, o psy já era faz um tempão.